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Recreio, 29 de Abril de 2009

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O Jornal de Recreio Entrevista Marília Souto Maior da Silva

marilia-3 Marília Souto Maior da Silva, filha de Wiliams Júlio da Silva e Sônia Maria Souto Maior da Silva formou pela Faculdade de Medicina Veterinária da UNIGRANRIO (Universidade do Grande Rio), com cursos e estágios em diversas instituições nos estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais. Especialista na área de clínica e cirurgia eqüina, suplementação e fisioterapia de animais, atletas (medicina esportiva) e reprodução eqüina. Sua monografia “Uso do Óleo de Copaíba (Copaifera sp) na cicatrização de pele decorrente de pisadura de sela em eqüino foi publicada nos anais da IX Conferência Anual da ABRAVEQ (Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Eqüídeos),2008, São Paulo.

OJR – O que levou você a escolher essa profissão: ser médica veterinária?

MARÍLIA: O contato com a natureza na cidade onde meu pai nasceu, em Recreio, Minas, foi muito importante para esta minha decisão, juntamente com paixão pela biologia e na necessidade de estudar e me aprofundar na medicina.

Mas a escolha pela medicina veterinária, veio pelo grande afeto e amor que sinto pelos animais e de um dom naturalpara lidar com eles.

Castração

Castração

O JR – Fale sobre as áreas de atuação do trabalho de um Veterinário, para nossos leitores ficarem sabendo da grande importância desta atividade médica.

MARÍLIA: A atuação do Médico Veterinário é bastante ampla. É, por exemplo, de sua competência privativa a prática clínica em todas as suas modalidades, a direção dos hospitais para animais, a direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais e, sempre que possível, dos

comerciais ou de finalidade recreativas, desportivas ou de proteção onde estejam, permanentemente, em exposição, em serviço ou para qualquer outro fim, animais ou produtos de sua origem.

O veterinário não é apenas aquele que trata dos animais de estimação ou dos animais de fazenda. Além do aspecto da saúde do animal, a veterinária está ligada diretamente à saúde do homem. Sem o Veterinário não haveria o controle das doenças dos animais, doenças essas que em muitos casos podem afetar as pessoas (zoonoses), como a raiva, a brucelose, a tuberculose, a leptospirose e outros. É também o profissional Veterinário que está nos laboratórios, produzindo vacinas e medicamentos para o bem estar dos animais e controle de doenças.

A carne, os ovos, o leite e derivados, e até o peixe que você consome diariamente, antes de chegarem à sua mesa, devem passar pelo controle dos Veterinários.

O melhoramento genético dos animais que produzem alimentos ao homem, como aves, gado leiteiro ou de corte é papel de veterinários e zootecnistas. Imagine que a população mundial cresce dia após dia e temos que produzir cada vez mais alimentos e de melhor qualidade.

Também cabe ao Médico Veterinário a defesa da Fauna, especialmente o controle da exploração das espécies animais silvestres, bem como dos seus produtos, o veterinário pode cuidar ainda dos estudos e da organização de trabalhos sobre economia e estatística ligados à profissão e a organização rural relativa à pecuária.

O JR – Fale sobre o Curso de Medicina Veterinária.

MARÍLIA: O curso dura cerca de 5 anos, e em algumas faculdades, como a minha é em período integral. Todas as matérias são estudadas, independente da especialidade que o Veterinário venha a seguir, é preciso conhecer todas elas.

As matérias estudadas nos primeiros semestres são básicas para os cursos de Medicina Veterinária, Medicina e Odontologia. O aluno dificilmente terá aulas práticas com os animais no início, o que chega a frustrar alguns.

A partir do quarto ou quinto semestre, o contato com os futuros pacientes já começa a acontecer, o que entusiasma os estudantes.

No final do curso, o aluno deverá ter uma Monografia aprovada para receber o Diploma de Médico Veterinário. Pra exercer a profissão é necessário a inscrição no Conselho regional de Medicina Veterinária.

JR – Qual a área da Veterinária que você escolheu para se especializar e por que fez essa opção?

MARÍLIA: Minha especialização é em medicina eqüinea. Dentro desta área da veterinária, fui me aprimorando em animais atletas e de cavalgada que precisam de grande atenção na alimentação,

suplementação, nos treinamentos e temdem a ter problemas em tendões, articulações… Animais de passeio/lazer também merecem atenção especial muitas vezes pela idade elevada e ligações

com o dono ou a dona. Na área de reprodução, é gratificante ver o resultado dos potros mamando ao lado de suas mães.

Minha opção pela medicina eqüinea veio pela imensa admiração que sinto pelos cavalos.

Apalpação

Apalpação

O JR – Quais os casos de doenças mais comuns em sua especialidade?

MARÍLIA: É muito comum os cavalos serem acometidos pela síndrome do abdômen agudo (cólica), laninite, problemas tendínios e articulares, claudicações(manqueira) e dermatite. As patologias citadas muitas vezes dependem do manejo feito e quase sempre podem ser evitadas com o auxílio do Médico Veterinário.

O JR – As dificuldades?

MARÍLIA: As maiores dificuldades ocorrem com a demora em pedir assistência ao veterinário. Muitas vezes o caso evolui de tal forma, ou o proprietário tenta resolver sozinho e acaba mascarando sinais sintomas que são importantes para auxiliar o veterinário a diagnosticar a enfermidade.

O JR – As alegrias?

MARÍLIA: Minha maior alegria é ver os animais recuperados, sadios e de volta às suas funções.

O JR – O que deve ser feito para uma cidade ficar livre dos cachorros? Que você recomendaria para cidades do porte de Recreio ficar livres dos cachorros que vivem na rua?

MARÍLIA: A castração é um ótimo meio de controle populacional. A cirurgia de esterilização é vista como um meio de reduzir a população de animais abandonados e desta forma diminuir a transmissão de zoonoses, mantém as cidades mais limpas e reduz o risco de acidentes de trânsito e deveria também ser patrocinada pelo poder público. A população de cães e gatos aumenta a

cada dia e isso é muito mais do que o número de lares dispostos a adotá-las.

Os animais rejeitados são abandonados nas ruas, onde sofrem de fome, falta de abrigo e cuidado veterinário, além dos maus tratos e atropelamentos. A maioria morre de doenças, fome, sede e crueldade. A castração é a única  possibilidade viável para evitarmos a proliferação dos animais abandonados.

Por isso não se omita, sempre que puder, castre um animal e salve uma vida.

Porém, gostaria de deixar claro que a castração não é uma solução a curto prazo. É preciso um período para que surja efeito.

O JR – Em nossa cidade, a exposição que é realizada todo ano, no mês de julho, recebe a denominação de Agropecuária e Industrial, mas pouco ou quase nada está sendo feito para

mostrar nossas indústrias e produtividades do meio rural. Que sugestões ou ajuda você poderia citar para preencher esta lacuna? Houve época que era realizado Concurso do Cavalo

Mangalarga Marchador, havia até leilão de cavalos. O que é realizado todo ano, durante o evento é o Concurso Leiteiro e uma Feira de Artesanato.

MARÍLIA: Aqui no Rio de Janeiro, cidade onde resido atualmente, é muito comum, no meio dos criadores do cavalo Mangalarga Marchador, encontrar pessoas que já freqüentaram

as exposições de Recreio e que já participaram destes concursos e Leilões.

Me entristece saber que a feira Agropecuária e Industrial da cidade de Recreio não carrega mais a fama que tinha neste meio. Na minha opinião é importante retomarmos esse espaço, já que se trata de uma cidade situada perto de grandes centros produtores e industriais. É preciso marketing e propaganda para colocar visível o quanto a cidade de Recreio está crescendo. Ponho-me à disposição para ajudar, nos aspectos veterinários, a cidade que guardo no coração.

O JR – Agradecemos pela sua entrevista ao JORNAL DE RECREIO  e agora fale sobre suas considerações finais.

MARÍLIA: Agradeço a todos do JR pelo espaço cedido e a oportunidade de esclarecer sobre a atuação e importância do Médico Veterinário no mercado. E aproveito também a ocasião para deixar registrado minha admiração e carinho pelos animais.

1 Comentário to O Jornal de Recreio Entrevista Marília Souto Maior da Silva

  1. 10 de setembro de 2010 at 20:04 | Permalink
    Parabéns, Marília pelo Dia do Veterinário. Salve dia 9 de setembro.
  1. By on 12 de abril de 2011 at 14:03

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